Fabricante de trens e componentes para a indústria ferroviária, a Alstom confirmou que fará uma “readequação de sua força de trabalho”. De acordo com o Sindimetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região), a empresa pode demitir 500 trabalhadores da fábrica de Taubaté.
“A Alstom confirma a readequação de sua força de trabalho na fábrica de Taubaté. A ação é necessária após a conclusão de algumas fases de produção e faz parte dos ajustes necessários para a realização dos demais projetos”, informou a fabricante. “A decisão não impacta os projetos em curso, tampouco os negócios da empresa. A Alstom acredita e reforça seu compromisso de longo prazo com a mobilidade do país.”
Em reação à ameaça de cortes, o sindicato fez assembleia com trabalhadores da empresa nesta sexta-feira (6), com o primeiro e terceiro turnos, e aprovou o estado de greve. Após 72h, os funcionários poderão cruzar os braços e paralisar a produção. Atualmente, o complexo da Alstom tem cerca de 1.500 empregados, entre trabalhadores diretos e de empresas terceiras.
Segundo o sindicato, a fábrica alega que precisa reduzir a mão de obra em razão da entrada em fase final do seu maior contrato, o fornecimento de trens para o metrô de São Paulo.
Além do metrô de São Paulo, a empresa tem contratos de fornecimento com Santiago (Chile), Taipei (Taiwan) e Bucareste (Romênia).
De acordo com o presidente do sindicato, Claudio Batista, o Claudião, a empresa não aceitou realizar uma negociação. O sindicato disse que vai insistir para que a empresa utilize medidas de flexibilidade.
“O posicionamento do sindicato é de conversar e encontrar meios para impedir demissões em massa. Já tivemos crises em diversas empresas e por meio do diálogo usamos ferramentas como layoff, banco de horas e férias coletivas para evitar os desligamentos”, afirmou o presidente.
Segundo ele, a entidade está mobilizada para impedir a redução de postos de trabalho na cidade. “Não vamos aceitar demissões dentro da fábrica sem luta, sem resistência e sem um acordo que contemple todos os trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou.