Região completa mais de 50 dias sem chuva significativa; entenda até quando estiagem deve continuar

A estiagem prolongada, principalmente em Taubaté e cidades vizinhas, tem ocasionado o tempo seco, com baixa umidade do ar, que influencia no aumento de problemas respiratórios e queimadas.

A região do Vale do Paraíba completou nesta, segunda-feira (7), 52 dias sem registrar um volume de chuva significativo, ou seja, aquela com mais de dez milímetros. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo com o Inmet, existem quatro estações de medição do volume de chuva na região. Na estação de Taubaté, o último registro de chuva significativa foi no dia 16 de junho, já em Bragança Paulista dia 10 de julho, em São Luiz do Paraitinga dia 20 de julho e em Cachoeira Paulista dia 30 de julho.

A estiagem prolongada, principalmente em Taubaté e cidades vizinhas, tem ocasionado o tempo seco, com baixa umidade do ar, que influencia no aumento de problemas respiratórios e queimadas.

Segundo o meteorologista Giovanni Dolif, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), é normal estarmos um mês e meio sem chuva significativa, porque estamos em meses típicos de tempo seco. Outro ponto que ele destaca é o impacto do fenômeno El Niño.

“Inverno é o período mais seco do ano na nossa região. A gente fica com longos períodos sem chuva. À medida que o inverno vai passando, indo para o final da estação, os dias vão ficando mais longos, o sol vai fazendo uma trajetória maior no céu, portanto a gente recebe maior energia do sol. Com esse tempo seco, os picos de temperatura começam a ficar mais altos e a umidade relativa é uma relação inversa com a temperatura, então ela (a temperatura) vai ser mais alta no meio da tarde e a umidade bem mais baixa”, explicou.

“A preocupação desse ano veio por causa do fenômeno El Niño que costuma trazer temperaturas mais altas na nossa região. Se esse El Niño fizer que as chuvas fiquem concentradas só no sul, impedindo avanço de frente frias para a nossa região, então teria um atraso nas chuvas. Esse atraso seria preocupante”, afirmou.

De acordo com o Inmet, uma frente fria oceânica deve mudar o tempo no Litoral Norte de SP nesta terça-feira (8). Há chance de chuva nas cidades do litoral. Em Campos do Jordão, também existe possibilidade de chuva no fim do dia.

Nas demais cidades do vale, o dia deverá ser de temperaturas menores e bastante nuvens, mas não há previsão de chuva.

Segundo o meteorologista do Cemande, apenas em outubro o cenário deve ter uma grande melhora no tempo seco e umidade do ar, pois as chuvas devem ser mais frequentes na região.

“Uma melhora definitiva disso vem com uma chuva frequente. A gente tem que torcer para a estação chuvosa começar de fato em outubro, como normalmente acontece e ter paciência até lá. Inclusive, setembro tem chance de ter situações de umidade ainda mais baixas do que temos agora”, afirmou Dolif.