Ex-prefeito de Taubaté, Roberto Peixoto deixa a cadeia e vai cumprir prisão domiciliar

Em audiência de custódia neste domingo, juiz Márcio Satalino Mesquita autorizou que, por motivos de saúde, Roberto Peixoto fique recolhido em casa enquanto aguarda análise do judiciário sobre pedido de prisão domiciliar.

Condenado por lavagem de dinheiro, o ex-prefeito de Taubaté, Roberto Peixoto, de 74 anos, deixou a prisão neste domingo (1°) após receber autorização da Justiça Federal para que fique recolhido em sua casa enquanto aguarda a análise de um pedido feito para cumprir pena em regime domiciliar.

Peixoto estava preso desde a tarde de sábado (31) em uma cela da Delegacia Seccional de Taubaté. Ele e a esposa, Luciana Flores Peixoto, de 71 anos, foram condenados na Justiça Federal pelo crime de lavagem de dinheiro. Somente Roberto foi preso – leia mais abaixo.

A decisão é do juiz federal Márcio Satalino Mesquista, que determinou a medida “em caráter excepcional, por razões humanitárias em razão da situação do condenado, contra o qual há processo de interdição”.

A audiência de custódia começou por volta das 17h. Nela, a defesa de Peixoto pediu a conversão da prisão em regime fechado para regime domiciliar, tendo em vista o estado debilitado de saúde em que se encontra o ex-prefeito. A defesa ressaltou que ele teve um AVC, faz uso de oito medicamentos, e não tem condições de manusear talheres para se alimentar. Além disso, fala e gesticula com dificuldade.

O juiz informou que não poderia alterar o regime da sentença, por se tratar do juiz plantonista que cuidaria apenas da audiência de custódia.

Na sequência, o servidor responsável pela custódia de Peixoto foi ouvido e disse que o preso se encontrava confuso e sem condições de se alimentar sozinho, não sendo possível atendê-lo adequadamente naquele ambiente.

O Ministério Público foi consultado durante a audiência e não se opôs a colocar o preso em regime domiciliar até esta segunda-feira, para que o juiz titular da ação pudesse julgar o pedido de conversão da prisão em regime fechado para domiciliar.

Na noite de domingo, a defesa de Peixoto informou que ele já estava recolhido em casa.

Prisão

O ex-prefeito de Taubaté, Roberto Pereira Peixoto, de 74 anos, havia sido preso na tarde deste sábado (31). Ele e a esposa, Luciana Flores Peixoto, de 71 anos, foram condenados na Justiça Federal pelo crime de lavagem de dinheiro.

Durante pouco mais de 24 horas, Peixoto ficou em uma cela isolada, em uma área chamada de “seguro”, onde são colocados presos por crimes de maior gravidade ou que necessitam de isolamento por questão de segurança.

No espaço existe uma cama de concreto, um colchão e um banheiro simples. Nesta cadeia transitória não são permitidas visitas de parentes ou amigos, apenas advogados.

Condenação por lavagem de dinheiro

Roberto e Luciana Peixoto foram condenados, com trânsito em julgado (quando a sentença se torna definitiva, sem possibilidade de recorrer), pelo crime de lavagem de dinheiro.

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região condenou Roberto a dez anos e seis meses de prisão, no regime inicial fechado, e 33 dias-multa, no valor unitário de um salário mínimo. Ele passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Taubaté neste sábado (31) e segue detido na delegacia.

Já Luciana foi condenada a seis anos, oito meses e 30 dias de reclusão, no regime inicial semiaberto, e 22 dias-multa, no valor unitário de um salário mínimo. Ela segue em liberdade.

Consta no processo que as condenações são por crimes de lavagem de dinheiro relativo a um apartamento de Ubatuba em abril de 2005, pelo crime de lavagem relativo a um imóvel da Rua Elis Regina datado em junho de 2007 e outro crime de lavagem referente a um sítio em agosto de 2007.

Roberto Pereira Peixoto é um engenheiro civil aposentado. Ele foi prefeito de Taubaté por dois mandatos seguidos, de 2005 a 2008 e de 2009 a 2012.

Essa é a segunda vez que o político é preso. A primeira vez foi no dia 21 de junho de 2011, quando ele e a esposa foram presos durante uma investigação sobre fraude em licitações.

Fonte: G1