Cidade e base política do vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), São José dos Campos vai receber, ao lado de Taubaté, a menor parte dos novos policiais civis que virão para o Vale do Paraíba, de acordo com planilha do Deinter-1 (Departamento de Polícia Judiciário do Interior).
Mais violenta do estado de São Paulo, a região vai receber 234 novos policiais civis após a formatura em São Paulo, sendo 80 investigadores e 154 escrivães, de acordo com o documento do Deinter-1.
Para as Delegacias Seccionais de São José dos Campos e de Taubaté, a planilha aponta a chegada de 37 e 34 novos policiais, respectivamente, o que representa 15,8% e 14,5% do total destinado ao Vale.
Estão previstos para São José dos Campos 29 novos escrivães e oito investigadores, número acima apenas da cidade de Taubaté, que vai receber 21 escrivães e 13 investigadores.
Unidades menos populosas da região terão mais policiais do que as duas seccionais. É o caso de Jacareí, que contará com 50 agentes (21 investigadores e 29 escrivães), além de São Sebastião (45 no total, sendo 15 investigadores e 30 escrivães), Cruzeiro (29, com 10 investigadores e 19 escrivães) e Guaratinguetá (39, sendo 13 investigadores e 26 escrivães).
A distribuição dos novos policiais causou insatisfação entre policiais de São José, que reclamam de sobrecarga de trabalho e más condições para exercer o ofício.
Revelou na última sexta-feira (13) que 12 escrivães chefes pediram para deixar os cargos por sobrecarga de trabalho, em São José dos Campos e Caçapava. Nesta segunda (16), mais 18 policiais civis de São José questionam decisão do Deinter-1 sobre designação de agentes que trabalham na CPJ (Central de Polícia Judiciária) para serem lotados no 7º Distrito Policial de São José.
A reportagem apurou que os policiais civis estão insatisfeitos com medidas tomadas pelo Deinter-1. “Há uma insatisfação com essa distribuição de policiais na região. A Seccional com maior volume de trabalho é a que vai receber uma das menores quantidades de novos agentes. Os policiais estão muito insatisfeitos”, disse um policial ouvido pela reportagem.
Outro lado.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo informou que, no último sábado (14), 3,2 mil policiais civis (escrivães e investigadores) e técnico-científicos terminaram o curso de formação na Acadepol (Academia da Polícia Civil Doutor Coriolano Nogueira Cobra), na capital.
“Com a formatura, a atual gestão chega à marca de 5,8 mil policiais formados e integrados às forças de segurança estaduais”, disse a pasta.
Por parte da Polícia Civil, ainda há 315 delegados em formação e concursos em andamento para preenchimento de outras 3,5 mil vagas, reafirmando o compromisso do atual governo com a recomposição do efetivo, reduzindo o déficit herdado de gestões anteriores.
Questionada sobre os critérios adotados pelo Deinter-1 para a distribuição dos policiais, a SSP informou que os novos agentes irão reforçar as atividades das instituições e serão alocados de acordo com as necessidades de cada região do estado, baseado em critérios técnicos.
Sobre a insatisfação de policiais em São José, porém , a pasta nada comentou. Uma reunião no Deinter-1 estava prevista para ocorrer nesta terça-feira sobre o assunto.